Imagino o som do vento e o burburinho das águas.
Imagino-me desnudada de conceitos e preconceitos.
Deitada à beira de um rio, coberta por pétalas de rosas.
À espera de um poema que me prometeu.
Secam-se as pétalas, choram meus olhos...
Decepcionar-se é simplesmente desagradável e doloroso.
Saber esperar só é prazeroso quando se está grávida.
Descubro que você não se fecundou de mim como eu de você.
De luto fico. Meu corpo ainda impregnado pelo perfume das pétalas.
Por fim, mergulho nas águas para lavar minha alma.
E, caracterizo-me de que fui gerada para o universo e só a ele meu comprometimento.
Rosângela de Paiva.